quarta-feira, 14 de maio de 2014

Primeiros dias em Corning - 13/03/52

(Continuação do post anterior)

Nosso primeiro dia em Corning: às 9 horas, fomos ao escritório da Corning, simples, limpo, bem instalado, e lá o dr. Hicks nos recebeu muito bem, apresentando-nos a todo pessoal da seção dele.

Dentro dos escritórios, de janelas hermeticamente fechadas, a calefação é agradável, e todos estão em mangas de camisa. 




O uso do pull-over, sobre que o Sr. Moreira me avisara, não existe aqui. Ao saírem para o carro, as pessoas põem o seu pesado sobretudo, manta para o pescoço e luvas. Usamos o nosso pullover no primeiro dia, mas, ao chegar ao escritório, dentro daquele ambiente aquecido, sentíamos calor e suávamos. Renunciamos, então, ao uso do pullover, para não chamar a atenção da turma local.

© Gentleman's Gazette
Todos têm sido extremamente amáveis em Corning, tudo fazendo por facilitar as coisas. Imediatamente nos tratando pelo primeiro nome e desde logo se estabelece uma natural camaradagem, entre chefes e empregados, sem essa disciplina que temos no Brasil.

Foi feito um programa da minha estada com o Sr. Beirson, diretor geral de vendas, que já conhecida ligeiramente do Brasil. 

Terei de passar uma semana em Corning, vendo as operações da fábrica, depois viajarei uma semana pelo Est. de New York, Penns., vendo em algumas cidades, as grandes lojas que comparam e exibem Pyrex

Irei acompanhado de um inspetor de vendas e então colherei observações sobre a maneira de vender e de expor a mercadoria. Terei, ao que parece, uma semana no Canadá, na fábrica filial da Corning, para ver e observar embalagens e escolha do produto. 


Terei uma semana em N. York para ver as lojas, algumas fábricas que empregam tubos, etc. Parece-me enorme o programa a executar. Este primeiro programa, que não sei se será o único, dependendo de outros fatores, vai ter-me ocupado até 14 de abril.

Almoçamos no Centro de Vidro Glass Ele se confundiu. Quis dizer "Centro de Vidro Corning" (Corning Glass Center), uma maravilha, com o dr. Hicks e alguns chefes de vendas. Todos tem sido amáveis ao extremo, tudo fazendo para facilitar a nossa permanência e dispostos a tudo nos ensinarem. 

Colegas da S.M. No detalhe: foto extraída do site da Santa Marina


Entretanto, sinto saudades dos meus e dos meus colegas da S.M.






O Athos tem tido tremendas dificuldades por não falar inglês e ainda não arranjarem uma pessoa ou empregado que possa acompanha-los, mas acredito que isto em breves seja resolvido. Parece que terá de ir a Parkersburg.

Esta máquina falta alguns acentos e letras portuguesas mas penso que você não terá dificuldade em compreendê-la



Como vai a Luth. Espero ancioso uma carta daí, dando amplas notícias suas, das crianças e de Luth.

Vou terminar porque preciso sair para o Banco cuidar dos cheques a descontar.

(À mão)
Um beijo saudoso

Homero

Um comentário:

  1. Lendo essas cartas é como se estivéssemos presentes lá com o vô Homero. Os detalhes nos transportam para lá... muito legal, estou adorando. bjs filho.






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